De um lado, nós temos uma área de mais de 300 milhões de hectares de florestas virgens recobrindo as terras da Amazônia. De outro, toda a pressão decorrente da mudança do clima da Idade Contemporânea, para evitar emissões via desmatamento. No meio, o manejo florestal sustentável (MFS) que não consegue decolar na Amazônia. De acordo com as normas vigentes e resultados preliminares de pesquisas científicas, o MFS parece ser a mais plausível alternativa para combater o desmatamento. Na região de Itacoatiara (AM), as idades das árvores serradas variam de 414 a 566 anos de idade (Chambers et al., 1998). As primeiras pesquisas relacionadas com manejo florestal iniciaram-se há pouco mais de 40 anos. O laboratório de manejo florestal (LMF) do INPA vem conduzindo um experimento de manejo florestal desde 1980; a exploração seletiva de madeira foi executada em 1987. Em 2008, o LMF conseguiu aprovar um projeto sob o edital “Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – INCT” do consórcio CNPq, CAPES e FAPEAM. O projeto do LMF recebeu o título de “INCT – Madeiras da Amazônia”, ainda vigente em 2024. A motivação para propor o projeto foi a prática de manejo florestal centrada em poucas espécies florestais e, mesmo assim, com um aproveitamento inferior a 40%. Resultados preliminares das pesquisas na Amazônia indicam que o baixo aproveitamento pode ser revertido com o uso da tecnologia da madeira para a construção civil, da arquitetura e do design na produção de móveis e de outros artefatos de madeira. Além disso, é preciso agregar mais valor à madeira com a utilização dos serviços ecossistêmicos prestados pela floresta. Atualmente, o principal serviço ecossistêmico é a ciclagem do carbono; brevemente, o mercado se abrirá para as ciclagens d’água e da energia. O foco deste curso é a estimativa da biomassa da floresta. Primeiro de tudo, a árvore precisa ser derrubada e pesada em partes (raízes, tronco, galhos, folhas e flores e frutos). Depois, amostras são retiradas de cada parte para a determinação dos teores de água, carbono e outros nutrientes. Depois disso, nós vamos ao passo-a-passo, de alometria, inventário e estoques, linha de base, adicionalidade ... até a um projeto de carbono (por exemplo). A orientação metodológica será, em grande parte, a do Guia do IPCC de 2006, refinado em 2019 (IPCC, 2019).
1. Mudança do clima da Idade Contemporânea: clima & tempo, gases de efeito estufa (vapor d’água, inclusive), El Niño Southern Oscillation, emissões por diferentes fontes e remoções pela floresta, inventários de emissões de GEEs segundo o IPCC, emissões de GEEs versus temperatura média de superfície.
2. Floresta amazônica: estatísticas sobre a floresta (áreas, situação fundiária, desmatamento), mapeamento, biomassa (alometria, inventário florestal e estoque), dinâmica florestal (inventário florestal contínuo), ecofisiologia, capacidade de troca gasosa entre a floresta e a atmosfera.
3. Mudança Climática e floresta: dimensão humana, mitigação, projetos utilizando os serviços ecossistêmicos, vulnerabilidades e adaptações
1ª. PARTE: Remota (via ZOOM)
Dias 8, 15, 22 e 29 de abril
Horário: 18h00 às 21h00 (Brasília)
2ª. PARTE: Campo – Estação Experimental ZF2
4 turmas de 25 participantes cada
Turma 1: 13 a 17/05/2024
Turma 2: 20 a 24/05/2024
Turma 3: 27 a 31/05/2024
Turma 4: 3 a 7/06/2024
Base do Laboratório de Manejo Florestal (LMF) do INPA – acomodação e Refeições incluídas. A ZF2 conta com instalações físicas bem franciscanas, onde o banho é frio e a internet ainda é quase uma ficção; em compensação, a vivência e a paisagem são incríveis.
Número de vagas: 100
Início: 8 de abril de 2024
Emitido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA)
Tópicos que serão tratados remotamente via Zoom: 12 horas
1. Mudança do Clima da Idade Contemporânea
2. Convenção do Clima, Protocolo de Quioto, algumas decisões de COPs e legislações brasileiras
3. Florestaamazônica: conceitos básicos, estatísticas, uso da terra (desmatamento), situação fundiária
4. Biomassa da floresta (água e carbono): alometria, inventário florestal (tamanho de parcelas inventário, QA/QC de vários componentes do inventário, incertezas) e mapas
5. Dinâmica da biomassa: inventário florestal contínuo, troca gasosa entre a floresta e a atmosfera
6. Mudança do Clima e Floresta: emissões e remoções da floresta, impactos do desmatamento e outros usos da terra
7. Dimensão humana
8. Projetos utilizando os serviços ecossistêmicos (água e carbono, principalmente)
Tópicos que serão tratados por imersão na base de manejo florestal do INPA: 48 horas
1. Sobrevivência (uso de bússolas e GPS, marcação de parcelas)
2. Ecofisiologia das árvores
3.Banho na floresta ou “forest bath” ou “shinrin-yoku”
4.Alometria: derrubada e pesagem de árvores
5.Processamentode dados
6.Inventário florestal
7. Estimativas de estoques (água e carbono)
Período de inscrição: até o dia 29 de março de 2024
Investimento de ação solidária: R$ 500,00
O recurso arrecadado será destinado para a vaquinha solidária que está financiando a recuperação de Ewerton Batista, de um grave acidente ocorrido em outubro de 2023.
Esta campanha solidária é para arrecadar recursos para o tratamento do Ewerton em casa, para a sua completa reabilitação. Os profissionais (fisioterapia, fonoaudiologia e neuropsicologia) deram uma previsão de 2 anos de tratamento.
A taxa deverá ser paga por meio da Chave pix: 025.739.742-60 (Ewerton Oliveira Batista)
Compartilhar comprovante com Marcela dos Santos Magalhães (marcelasmbio@gmail.com)