O Laboratório

Laboratório de Manejo Florestal - LMF



O laboratório de manejo florestal (LMF) do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) desenvolve pesquisas na região de Manaus desde janeiro de 1980, na estação experimental conhecida como ZF-2.

Entre as principais descobertas está a estimativa da idade das árvores que estão sendo exploradas na região. Em um desses estudos, foi encontrado uma árvore de 1.480 anos de idade, sinalizando que a nossa floresta começou a ser formada há, pelo menos, 1.500 anos. Na ZF-2 monitora-se a dinâmica da floresta primária e da floresta manejada experimentalmente, há 44 anos.

Tudo começou com a aprovação de um projeto multidisciplinar (ecologia, manejo e tecnologia da madeira) com apoio do CNPq, FINEP e BID. Depois disso, outros projetos se sucederam até os dias atuais, como Bionte (MCT-DFID), Jacaranda (MCT-JICA), Piculus (PPG7 – Pesquisa Dirigida), LBA, liderado por um professor da Universidade de Tulane – EUA, (atual coordenador do NGEE-Tropcs) e coliderado por um pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA (atual coordenador do projeto INCT - Metrologia Forense e Rastreabilidade na Qualidade Agroambiental – MRFor).

Em 2004, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), o LMF estendeu o monitoramento para o interior do Estado lançando o sistema de inventário florestal contínuo do Amazonas (IFC - Amazonas). Atualmente o grupo conta com parcelas de monitoramento instaladas em 20 localidades diferentes do Amazonas, totalizando, aproximadamente, 2344 unidades amostrais de ¼ ha cada e 33 de 100 x 100m. Em 2009, o LMF, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Universidade de Tóquio e o Instituto de Florestas e Produtos Florestais do Japão, aprovou o projeto intitulado “Dinâmica do Carbono das Florestas Amazônica” – Projeto CADAF - junto à Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA, em inglês). O CADAF foi aprovado sob as chancelas da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) - Ministério das Relações Exteriores - e do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O objetivo deste projeto foi geo-processar o sistema de IFC do Amazonas, remedir as parcelas já instaladas e instalar novas parcelas em vários sítios do estado do Amazonas, entre eles uma área manejada Mil Madeiras Preciosas Ltda, localizada no município de Itacoatiara. Para o geo-processamento foram utilizados diferentes sensores remotos (Landsat, Alos) incluindo o LIDAR (Light Detection and Ranging).

Em 2010 (primeiro ano do CADAF) foram realizados inventários nos seguintes sítios: São Gabriel da Cachoeira e Mil Madeiras Preciosas utilizando uma cronossequência de exploração de 1995 a 2005 com a instalação de 119 parcelas amostrais.

Em 2011 foram instaladas parcelas em Benjamin Constant e Atalaia do Norte, além da remedição na Resex do rio Jutaí. Em 2012 remedições na Resex Lago do Capanã Grande (Manicoré), Resex do rio Unini (Barcelos) e Resex Auati-Paraná (Fonte Boa) e em 2013 foram remedidos a Flona do Pau-Rosa (Maués), Resex do Baixo Juruá (Juruá) e novas parcelas foram instaladas na Rebio do Abufari (Tapauá) região do rio Purus. Para os estudos de alometria foram derrubadas e pesadas 101 árvores com DAP ≥ 5cm no município de São Gabriel da Cachoeira.

Desde a criação da estação ZF-2 foram produzidos mais de 100 artigos em revistas científicas, 5 livros organizados, 40 capítulos de livros e formados 40 mestres e 15 doutores. A pesquisa é dinâmica e atualmente o INCT Madeiras da Amazônia é o projeto que incorpora todo esse legado, focando na tecnologia da madeira e no manejo florestal visando agregar valor à floresta por meio dos serviços ecossistêmicos: água, carbono e energia.