Manejo em escala experimental

 

BIONTE

Histórico

O projeto Bionte foi idealizado por pesquisadores brasileiros e britânicos, que tinham como preocupação basilar a busca por indicações científicas para a sustentabilidade do manejo de florestas tropicais úmidas de terra-firme da região amazônica. É um projeto de inserção dos componentes ecológicos do manejo florestal, no âmbito do paradigma de desenvolvimento da Amazônia. Esse projeto continua sendo executado na Estação Experimental de Manejo Florestal, ZF2 do INPA, aproximadamente 90 km ao norte de Manaus, estado do Amazonas. A primeira exploração florestal seletiva e única usando diferentes intensidades de corte, ocorreu em 1987 e sob a chancela deste projeto o tratamento intermediário foi repetido em 1993.

Na época, as coordenações de pesquisa do INPA envolvidas no projeto foram: Silvicultura Tropical, Ecologia e Geociências. O projeto foi transformado em Projeto de Pesquisa Institucional do INPA, sob o número 3120, desde 1995.

Detalhamento do projeto

O projeto foi iniciado em 1980 com a demarcação dos blocos de 24 hectares cada do experimento de manejo florestal e inventário florestal a 100% dos 4 blocos do desenho experimental original. O diâmetro à altura do peito (DAP) mínimo de inclusão foi igual a 25 cm; alterado para 10 cm, em 1986. Em 1987, ocorreu a primeira exploração seletiva de madeira em 3 blocos; um dos blocos foi excluído do experimento porque a maior parte do bloco estava (e está) sobre uma vegetação campinarana. Em 1992, o LMF-INPA recebeu apoio do DFID do Reino Unido para introduzir os estudos de biomassa e nutrientes (Bionte) ao projeto original. No centro do subloco de 4 hectares cada foi instalada uma parcela permanente de 1 hectare (100 x 100m). No total são 12 parcelas que foram exploradas seletivamente sob diferentes intensidades de corte a partir de 1987 e 3 parcelas testemunhas sem perturbação.

Desde 1990, essas parcelas permanentes passaram a ser, sistematicamente, remedidas anualmente, sempre no verão (entre julho e setembro). A Figura 1 ilustra a dinâmica dessas parcelas durante o período de 1986 a 2021 (35 anos). São parcelas testemunhas do experimento de manejo florestal do LMF-INPA, onde os diâmetros das árvores com DAP ≥ 10 cm são medidos, anualmente, incluindo as informações sobre recrutamento e mortalidade. As medidas de 2022, por exemplo, foram utilizadas para confirmar ou corrigir as medidas de 2021; as medidas do ano em curso não são utilizadas para as análises.

 
 

Durante esses anos, a ZF2 foi impactada por vários fenômenos climáticos atípicos, como: (1) El Niño normal em 1986-87, em 1992-93 e em 2002-03; (2) Mega El Niño de um ano de duração em 2009-10 e 2015-16; (3) La Niña normal em 2000; (4) Chuva convectiva ou blowdown em janeiro de 2005 e seca a partir do segundo semestre causada pelo aquecimento das águas superficiais do Atlântico equatorial; (5) Mega La Niña iniciada em 2021 e se estendeu até 2022. São apenas 3 hectares de um universo de mais de 300 milhões de hectares de floresta amazônica.